quinta-feira, 14 de junho de 2018

AINDA O TROPPO VERO


O vexame é público, dotô: é público mas, como o dotô sabe perfeitamente, vossência o REVERTEU em seu favor - psionante!

Dá uma bela medida de quão degenerada está a condição mental dos adestrados: eles não notam que, na formidável charge, há inúmeros epítetos sendo distribuídos: "perenialista", "gnóstico", "herege", "analfabeto funcional", "idiota", "burro", "vigarista".

Ora, dotô - tais epítetos foram sempre distribuídos, a mancheias,  por centenas de pessoas - por mim, inclusive - e, como se pode facilmente notar, NENHUMA DELAS RECLAMOU E TODAS RIRAM.
Riram às gargalhadas, dotô: eu mesma tive vontade de escrever pro chargista dizendo "TOUCHÉE", e mandando um abraço, em sinal de apreciação pela justeza da crítica e a excelência da charge.

Vossência, no entanto, não gostou e ficou fulo da vida: vossência era o ÚNICO que podia ser identificado facilmente como sendo claramente vossência e mais ninguém:  a charge não continha nomes e nem caricaturas identificadoras, e por consequência cada 'figuraça 'ali representada poderia ser MUITAS pessoas - repito que, entre elas, possivelmente eu mesma! O que não me impediu de rir por duas horas, e de achar a crítica extremamente pertinente.

Voltando à gélida vaca, o dotô ficou furioso porque, é óbvio, reconheceu  - como todo mundo o reconheceu - a si mesmo, ali naquele cantinho.
E não gostou do que viu, porque a representação não era lisonjeira - era simplesmente TROPPO VERA.

Ora, SE reconheceu a si mesmo, ENTÃO a crítica era - ça va sans dire - VERDADEIRA!
Acoplado ao reconhecimento de si mesmo, está o reconhecimento desta verdade - caso contrário, vossência não teria se reconhecido, né mesmo?

É banal, dotô :  ao se enfurecer por ter reconhecido a si próprio de forma inequívoca, mesmo sem contar com uma identificação - fosse nominal ou fosse fisionômica -  vossência rende um tributo de excelência tanto ao chargista quanto à justeza da charge!

A sua militância não notou, dotô: a sua militância perdeu qualquer condição crítica, e como vemos ambos - vossência e eu -  saiu ladrando atrás do chargista, sob o seu comando, para morder as canelas do homem que OUSOU dizer a verdade a seu respeito, e exibi-lo como o que realmente É.

Vossência, creio eu, deve estar satisfeitíssimo com tal resultado, que confirma o sucesso e o alcance do adestramento  feito por vossência há tanto tempo.