O farsante Odalisco, como sempre oportunista e mentiroso, afirma que
"A véia*, por exemplo, acha cem por cento contraditório que eu afirme serem os EUA a nação mais cristã do mundo e, depois de alguns anos, veja a sociedade americana precipitando-se rapidamente no inferno. Uai — pergunto eu — e os moradores do Inferno de Dante não eram quase todos cristãos, incluindo alguns papas? Foi abolida a distância entre os chamados e os escolhidos?"
*A véia sou euzinha - um apelido usado de forma derrogatória: interessante uso, dado que o Odalisco é mais velho do que eu.
O Odalisco - agora eu sei POR QUE - defende a tese estapafúrdia de que a salvação das almas independe de qualquer mérito, arrependimento ou penitência, não tendo absolutamente nenhuma relação com qualquer tipo de torpeza cometida pelo vivente em questão durante a sua vida terrena.
O inferno de Dante, por bela que seja a Divina Comédia como obra literária - tanto que eu aconselho veementemente que o Odalisco a LEIA, nem que seja para não cometer gafes constrangedoras a respeito dela, como facilmente notou e apontou o verdadeiramente culto sr. Orlando Fedeli - é, repito, uma representação alegórica: NÃO um "livro de doutrina".
Se Dante representou os habitantes do seu inferno majoritariamente como cristãos, isto apenas indica que 1) cristãos não estão de modo algum 'imunes' à perdição de suas almas, o que é uma percepção correta; e 2) o mundo que cercava Dante era majoritariamente cristão; nada mais esperado sua obra se referisse a este mundo, que era o que ele pessoalmente conhecia.
Assistir ao torpe Odalisco, na sua feroz sanha destrutiva, procurar "desassociar" aquilo que os bons praticam daquilo que os maus praticam, e tentando fazer da salvação das almas algo "sem ligação" com este caminho seguido é mais um traço da tortuosa e pervertida diretriz malévola que o caracteriza: o Odalisco ignora que, se "muitos serão os chamados e poucos os escolhidos", tal diferença ocorre exatamente devido às dificuldades do caminho, que infelizmente farão com que uma grande parcela do todo escolha o mal e tombe no trajeto - deixando assim de pertencer ao grupo dos que chegam à salvação e à Vida Eterna.
É arqui-óbvio que esta percepção é fundamento das religiões do ARBÍTRIO: segundo o Cristianismo, cada um é responsável pelas suas próprias escolhas, que são determinantes para o julgamento individual e final - mas certamente o livre arbítrio não faz parte da doutrina islâmica, já que a religião do Islam se fundamenta no maktub, ou predestinação.
Se o Odalisco é confuso? Sim, sem dúvida a sua parca, tosca e superficial "cultura" explica, em parte, esta percepção turvada - mas a meu ver a maior parcela fica mesmo por conta de uma intenção deliberada, evidentemente malévola e destrutiva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário